segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Dor

O planeta terra é minha casa, eu vivo nele, eu o modifico e ele faz o mesmo comigo. Eu passo meus dias tentando entender porque o habito, sendo que muitas vezes nele não me encaixo, que tudo dá sempre errado, eu queria entender, mas parece que estou tão distante de conseguir isso, meus sonhos são despedaçados sempre, parece que tenho que sempre estar em fase de eterna construção, o pior é que isso não atinge só a mim, mas as pessoas que me cercam e que convivem comigo. Todos os que convivem comigo parecem que sofrem da minha maldição, todas as coisas com as quais me envolvo, acabam.
As pessoas não tem idéia de como é sentir-se como a morte, que chega sorrateira na vida das pessoas e as levam a desgraça. Sempre foi assim, desde pequena... as danças das quais eu participava não davam certo, os eventos só prestavam quando eu não estava envolvida com eles. Tenho que me afastar das pessoas, tenho que ir pra uma ilha, tenho que deixar de existir, porque já cansei, sinceramente, já cansei. Não aguento mais ter que juntar os escombros em que meu coração se transforma. Nunca conseguirei ser mais do que sou agora, essa máscara da morte.
Quem sabe um dia no meio dessa desgraça toda, alguma coisa floresça e dê sentido a minha vida, mas nem isso eu posso esperar, porque a esperança pra mim nunca será real, claro que nem tudo o que me acontece é desgraça, mas os bons momentos são pequenos comparados as catástrofes.
É assustador ter a consciência do mal que carrego, é uma espada que não consigo arrancar do meu peito, é uma ferida que permanecerá para sempre aberta, essa chaga nunca cicatrizará, quem sabe um dia... mas é melhor não esperar nada, é melhor pensar que o fim está próximo e que eu lembrarei qual o sentido da minha vida, um dia...
Quem sabe a morte perceba, que a pessoa quem ela deve destruir sou eu mesma. Esse micróbio insignificante.
Dói ser como sou, dói tanto que nem sei porque nasci. Sou um monstro e eu sei disso.

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