sábado, 1 de agosto de 2009

Parece que o tempo não passa, mas ele passa sim, assim sem que possamos perceber, piscamos os olhos e quando abrimos bastamos em ver os momentos eternos, que parecem ter acontecido segundos atrás...
Meço agora o tempo a partir de uma vida que se inicia, pequena e simples, nela vejo meus momentos passados, de anos atrás, de coisas que nem lembrava mais, vejo surgir frente a mim, a velhice, mas rápida e próspera, minha mãe a se esvair.
Tenho medo do que virá daqui pra frente, tenho todo o tempo do mundo, mas meu tempo é curto para tudo que quero realizar, a juventude tão efêmera, como uma simples previsão de um horóscopo, estou velha, mas meu espírito não, ele ainda esperneia como criança, tem impulsos insanos e irracionais, como os de uma criança sente enorme necessidade de calor, abrigo e proteção, expressos pela singeleza do amor...
Não quero mais pensar nos meus dias, minhas conquistas são tão mesquinhas, que não consigo me conformar com os meus dons, simplesmente o básico de tudo e que muitas vezes é mais para os outros e para mim sempre menos, aiai... a vida como sempre tem esses mistérios, que simplesmente me convencem minha inabilidade para viver, as conquistas estão cada vez mais longe... eu espero mais, espero demais, eu sou uma preguiçosa, isso sim, uma pobre temperamental, espírito impróprio para o trabalho, mas propício para as reflexões, que nos deixam parados no mesmo lugar somente a devanear e que nos levam a uma glória póstuma.
Nasce em mim e morre em mim
Do meu aborto, uma vida surge
Para incutir em mim
Coisas que a humanidade deve preservar
Trazendo sorrisos e descobertas
Move de leve as cobertas
As mãos e os pés
Completos em si
Reflexos aussi

Em sonhos e devaneios de leite
Voz rarefeita, às vezes aguda e rouca
Foge ao som da cidade
E desperta toda a humanidade

Das mortes infinitas vejo surgir
A vida que se prolifica
Em milhares de pequenos seres
Tão frágeis e inocentes
Em seres que se mortificam e indigentes
Circulam vivos entre as multidões.