Meio
Dentro da minha lucidez incessante, pedaços de mundos se desvanecem sobre mim em segundos nada expressivos. O que esperar de mim? Sentimentos confusos, ora de alegria sem fim e tristeza profunda. O que sabem de mim? Minha mente vaga e penumbra por respostas, que não poderei encontrar. De uma hora para outra, me sinto sufocar, com se, sentido algum não houvesse. Ah! a minha incapacidade de não saber esperar! Pelo vento.
Como eu gostaria de saber voar e perseguir cada ideia que passa por mim. tenho curiosidade de provar todas as artes, mesmo aquelas que não são acessíveis para mim. simplesmente me perder no movimento, como uma folha baila ao som do vento. E, mais uma vez me pergunto: O que será de mim?
Queria receber uma cara do meu passado, me contando como eu era, que impressão eu dava e o que eu fazia, que fazia que as pessoas quisessem permanecer ao meu lado, ou falar comigo. sempre tive a fantasia de permanecer calada e não fazer nenhum amigo. para que assim, eu pudesse, não sofrer de saudade sem fim. Eu sinto saudades apesar dos pensamentos infinitos. Me analiso, procuro saber de mim e entender essa vida que a minha alma escolheu experimentar. Naveguei em mil caminhos para saber, quem de verdade sou, ou quem é realmente meu ser.
Continuo fazendo coisas que talvez os outros não entenderiam. Eu sigo mostrando meu rosto, sem máscaras, todos os dias. Se um dia, eu as usei foi, simplesmente, para ser, aprender a ser quem sou, entre erros e acertos, mágoas, fins e recomeços. Agora que minha jornada chega ao meio, vejo a necessidade de emendar o que eu deixei em partes. Espero poder ter a oportunidade de atar as pontas, que eu deixei pra trás no final dos ciclos de crescimento. Morrerei como uma sábia? Não que eu saiba. Tudo é sempre recomeço: mente jovem num corpo velho, mente velha num corpo jovem. Somente depois, a gente descobre, que tudo faz parte da genialidade do existir, mesmo que complicadamente, dualidamente. Cada dia, tudo se torna mais claro, para estes olhos que já não conseguem ver tão nitidamente.
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