Dentro das minhas possibilidades infinitas de sonhos irreais, eu me sinto aflita e busco por coisas que eu já não quero mais.

Quero entender como eu era no passado e saber se eu realmente fui como eu me vejo: um percevejo, sem brilho no azulejo.

O que será que aprenderam de mim? Pois eu sei bem quais foram os meus defeitos, os meus crimes, a solidão que eu trago, o ciúme, medo da perda, o ser vingativo que sou, calada e paciente.

Mas porquê essa pergunta surge na minha mente agora. Eu preciso dormir! Minha senhora Memória. Ou apenas estou em mais um dos meus diversos momentos, prestes a enlouquecer?

Quem contará minha história, uma despedida, mesmo que simplória? Acho que eu mesma. Será que eu ainda sei escrever?

Eu derramei meu pensar numa história, que deve ter deixado alguém sem respostas. Ou sem saber o que dizer. Derramar assim minhas águas internas para um já estranho e desconhecido, uma parede de concreto armado. Acho que gostou de saber que eu sofri. Como todos os habitantes desse planeta Terra sofrem. Sofrem o que a alma precisa sofrer. Culpar o destino e o universo torna a vida mais tolerável. Já que a morte sempre será a resposta misteriosa de tudo.

Questionar e questionar sempre, esse cérebro que é meu, que também acomete outros com esse mesmo penar: pensar. Incrível.

Acho que me impressionei pelo comentário de que eu não havia mudado. Mas eu mudei, eu sei. Somente não queria deixar o ambiente pesado. Mas já não posso ser como o meu eu do passado ao encontrá-lo de frente. É melhor mesmo, eu só pegar minha mochila e caminhar pra frente sem olhar para trás. O passado não vai te reconhecer diferente e sempre vai querer te reduzir ao que já foi. Vou só seguir em frente. Com as memórias das pessoas queridas em mim, mesmo que tudo seja diferente agora.

Eu sou mais engraçada agora. Continuo chata. Já não tenho mais paciência e já tenho imposto limites. Acho que estou em uma das minhas melhores versões.

Comentários

Postagens mais visitadas