O tempo passa e a saudade fica,
Nas pequenas coisas que ninguém imagina.
A saudade fica e o tempo passa,
No emaranhado das mãos de quem sabe pinta.
Eu na minha ingenuidade escrevo
Sobre feridas que nunca saram
Cicatrizes que se fecham e se abrem
Como as flores, que se abrem na primavera
E morrem no inverno.
Por que me custa tanto ser feliz completamente?
Nada está mal, tudo está bem.
Ainda tenho um teto sobre minha cabeça,
Desde o último vendaval,
Mas onde anda minha cabeça mesmo?
Fisicamente está no meu pescoço,
Imaterialmente está no espaço.
Eu me canso das minhas repetições
Como um disco que está riscado
Minha alma está riscada
Até que a agulha algum dia deixe de passar sobre estes riscos
Infinitos causados por preocupações exacerbadas por coisas que eu não posso mudar ou controlar.
O mundo se desaba e se destrói em cada década.
As notícias ruins têm mais evidência do que as boas.
E eu sofro. Já não posso vê-las. Sei que existem e me afundo no meu poço de dor
Cada vez que passam no meu feed, ou por acaso em algum buscador.
Eu não tenho certeza da minha própria existência
Como Cristo, creio que daria minha vida para que todos pudessem encontrar a paz
Assim como sei, que muitos outros também o fariam.
Mesmo já tendo certeza de que o sacrifício de Deus perde seu efeito com o tempo.
As pessoas já não sabem o que é o amor e o que é ter caráter, depois de tantas injustiças cometidas
Por todos aqueles que se dizem cristãos e não são capazes de permanecer no difícil caminho do amor.
É muito mais fácil odiar.
Já me perdi nos meus devaneios
Como minha cabeça que está no espaço.
Minhas lágrimas no travesseiro
Enquanto eu contemplo o medo, cara a cara, de perder a vida daqueles que amo
Em acidentes fúteis onde não temos o controle de nada.
Mesmo que por uma fração de segundo, tá tudo bem, posso respirar.
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